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Existem diversas formas
de caçar, condicionadas pela morfologia dos locais, espécies
de peixes existentes, e por um grande conjunto de aspectos menos
imponderáveis como por exemplo a visibilidade existente,
que geralmente é uma surpresa. Ainda mais certo será,
que cada um de nós irá desenvolver o seu estilo
particular de caçar, definido pelo patamar evolutivo em
que se encontra e pelos seu gostos e objectivos pessoais.
No entanto, com maiores
ou menores assimetrias, algumas formas de caçar, talvez
mesmo as principais, tenderão a inscrever-se, num dos tipos
de técnicas que são descritos nesta secção,
sendo que frequentemente num dia de caça, e dependendo
das circunstâncias, poderemos fazer uso de grande parte
delas.
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ENVIAR COLABORAÇÃO
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CAÇA
Á ESPERA OU AGACHON |
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Este é provavelmente
o tipo de caça que maior treino e experiência requererá
do caçador para que forneça resultados.
Exige uma grande perfeição
nos movimentos que desenvolvemos debaixo de água, os quais
deverão ser o mais graciosos e silenciosos possíveis.
A coloração
do material utilizado, deverá também ela contribuir
para a nossa discrição.
Estes aspectos revestem-se
de extrema importância, uma vez que neste tipo de caça,
se por um lado se poderão efectuar capturas de peixes atraídos
pela sua sua curiosidade, por outro lado, os mesmos poderão
estar de passagem no local onde nos encontramos emboscados, sendo
nesse caso, traídos pela distracção. Assim,
silêncio e mimetismo serão as chaves do sucesso.
De qualquer das formas,
o objectivo último desta técnica de caça,
passará por, estando nós situados no fundo, tentando
ao máximo integrar-nos com ele da forma mais perfeita possível,
esperar e provocar com que o peixe surja a uma distância
tal que permita o tiro.
Este objectivo será
tanto mais alcançado, quanto maior for a experiência
no que toca ao tipo de fundo dos locais, comportamento habitual
das diferentes espécies de peixes, a influência provocada
pelas épocas do ano, estado da maré, visibilidade
existente, etc.
Poderão ser
bons locais para o agachon, zonas nas quais o peixe normalmente
se alimenta, esquinas, falhas nas rochas, pedras isoladas, enfim,
todos os locais onde possamos jogar com o factor surpresa em nosso
favor, tentando ainda contar com a ajuda da corrente, notando
que o peixe por norma voga contra a mesma, em busca de alimento.
O lastro utilizado,
dependendo da profundidade na qual estamos a caçar, tem
tendência a ser um pouco superior ao normal, uma vez que
é requerida uma grande imobilidade por parte do caçador
(nunca esquecendo o factor segurança, e de que deveremos
conseguir regressar á superfície sem grande esforço,
e no momento certo), sendo normal que se recorra por vezes a pequenos
pesos extra colocados nos tornozelos.
O tipo de arma normalmente
utilizado, deverá garantir-nos a possibilidade de efectuar
tiros a uma boa distância, e com precisão, sendo
adequadas para o efeito, as armas de metro ou superiores, com
elásticos de latex puro.
Um aspecto bastante
importante, relaciona-se com o cuidado que deveremos ter durante
a espera, em colocar a arma numa posição o menos
agressiva possível, procurando por exemplo dissimulá-la
junto ao corpo.
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CAÇA
AO BURACO |
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É possível
praticar este tipo de caça a qualquer profundidade, no
entanto, quanto maior esta for, maiores cuidados teremos de ter,
devido à superior exigência em termos de apneia,
para a qual também contribui a necessidade de bastante
movimento por parte do caçador, nesta técnica, ainda
para mais, se quisermos efectuar de forma correcta a abordagem
ao buraco, apesar de neste capitulo, como em tantos outros não
existirem verdades absolutas, existem no entanto procedimentos
que geralmente dão bons resultados.
É requerida
uma grande capacidade de observação, uma vez que
em fundos acidentados, poderão existir os abrigos mais
inimagináveis, e por vezes são mesmo estes que o
peixe elege para entocar.
O peixe poderá
ser surpreendido num buraco, porque de uma maneira geral é
assim que vive, caso do safio, e moreia por exemplo, ou então
porque pretende descansar, esconder-se de algum perigo, ou para
se alimentar, é o caso dos sargos, douradas, robalos, corvinas,
etc.
Existem porém
peixes que em regra não entocam, tal como o salmonete,
ou o fazem de uma forma diferente, como o linguado, que atinge
os seus objectivos por intermédio da areia dos fundos.
Com a experiência,
e com o conhecimentos que vamos adquirindo ao longo do tempo,
dos diferentes locais, e tendo em conta factores como a época,
estado da maré, hora do dia, etc, iremos desenvolvendo
uma boa noção do tipo de peixe que poderemos encontrar
em determinados buracos.
Para além de
uma boa capacidade de leitura do relevo dos fundos, torna-se necessário
prestar atenção á movimentação
dos peixes existentes no local, por exemplo, um cardume de pequenos
peixes, que insiste em ficar numa determinada zona, poderá
ser uma indicação da presença de bons exemplares,
entocados nas proximidades.
A aproximação
a um buraco, deverá ser feita com a maior descrição
possível e após uma observação atenta
do local, sem provocar ruído, e tendo em mente que aquilo
que pretendemos é vir a criar um tipo de situação
em que o peixe sinta a necessidade de permanecer entocado, assim,
antes de procedermos á inspecção do interior
do buraco, no caso de existir peixe que vogue no exterior do mesmo,
deverá ser este o primeiro a ser capturado, o peixe entocado
apercebendo-se disso, terá tendência a permanecer
no seu esconderijo.
Finda esta primeira
fase, ou dada a inexistência de peixe no exterior do buraco,
chegou a altura de o inspeccionarmos, e caso tenhamos a certeza
da existência de peixe no seu interior, ou tenhamos fortes
motivos para suspeitar da sua presença, devemos proceder
de forma a que, dependendo da morfologia do local, consigamos
introduzir apenas a cabeça da arma, espreitando discretamente,
e estando preparados para um tiro reflexivo, tendo o cuidado de
disparar primeiro aos peixes que se encontrarem mais próximos
da entrada.
Se não tivermos
de todo ideia do que podemos encontrar no interior de um buraco,
será boa ideia fazer uma silenciosa aproximação,
espreitando discretamente pela entrada (por vezes o pino é
a opção mais eficaz), e sem proceder á introdução
da arma nessa primeira fase.
A lanterna só
deverá ser utilizada quando for absolutamente necessária.
Caso notemos que o
buraco possui por exemplo, duas entradas/saídas, podemos
experimentar obstruir uma delas, ou colocar junto dela objectos
coloridos, que sirvam como dissuasão á saída
do peixe.
Neste tipo de caça,
é aconselhável ter á mão um bicheiro
e um saca-arpões.
Dependendo da dimensão
dos buracos, poderemos utilizar uma "baby" nos mais
pequenos, e para peixes não muito grandes, no entanto,
já para buracos um pouco maiores, uma "júnior",
poderá ser a opção mais acertada, permitindo-nos
ainda efectuar tiros razoáveis em água livre. Para
buracos amplos e profundos, como furnas por exemplo, poder-se-á,
optar por uma "standard" ou uma "luxo".
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CAÇA
À ÍNDIO |
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A caça à
índio, á semelhança da técnica do
agachon, requer uma muito boa interpretação do fundo
do mar, e do comportamento do peixe no momento em que se está
a caçar.
Quanto mais acidentado
for o fundo, mais interessante e produtivo será este tipo
de caça, uma vez que consiste em progredir junto àquele,
de forma silenciosa e utilizando os obstáculos com que
nos cruzamos, para nossa dissimulação, permitindo
que possamos surpreender o peixe num local onde previamente o
observámos, ou no qual desconfiemos que este se encontra.
Muitas vezes as condições
existentes permitem que nos desloquemos meramente ao sabor da
corrente, como que planando, o que nos possibilita efectuar uma
progressão bastante silenciosa, o que nos trará
grandes vantagens, uma vez que esta técnica aposta essencialmente
no factor surpresa.
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CAÇA
NA ESPUMA |
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Este tipo de caça,
como o próprio nome indica é praticado em zonas
de rebentação, procuradas pelo peixe, por geralmente
serem bons locais para encontrar alimento.
Exige uma boa apneia,
e robustez física, aliadas a uma grande dose de cautela,
em zonas onde podemos ser facilmente atirados contra as rochas
pela força das ondas, ainda para mais, onde pode suceder
a perca de visibilidade, provocada pelo típico borbulhar
da água, fruto da rebentação.
Assim, o ideal, não
só para nossa segurança, como para a eficácia
desta modalidade de caça, será vir de fora, junto
ao fundo, de forma a poder surpreender os peixes que se alimentam
mais á superfície, junto á espuma, mantendo-nos
ao mesmo tempo abrigados da força das ondas, que se faz
sentir nesse local.
Para virmos á
superfície, deveremos recuar para fora novamente, efectuando
assim sucessivas tentativas neste ritmo de vai-e-vem.
Tal como nós,
também os predadores como o robalo, por exemplo, são
atraídos pela actividade marinha verificada na espuma,
deveremos portanto estar atentos à presença destes,
tendo em conta que poderão estar emboscados em qualquer
local, ou ser surpreendidos em plena espuma, sabendo que também
eles vêm por fora para caçar.
A utilização
dos fixadores de barbatanas, poderá ser útil nesta
técnica.
O tipo de arma que
se poderá utilizar, não deverá ser muito
longo, devido à resistência que ofereceria à
força da corrente.
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CAÇA
NO AZUL |
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Aqui está um
tipo de caça carregado de esplendor e grandiosidade, características
que lhe são conferidas pelos cenários onde se desenrola,
e as capturas ás quais se destina. Efectuada em zonas profundas,
muitas vezes em pleno alto mar, recifes, etc., onde de facto é
possível encontrar os maiores peixes capturados por caçadores
submarinos.
Muitos dos recordes
conseguidos a este nível, referem-se a exemplares que em
muitos casos atingem algumas centenas de quilos, como é
o caso de um recorde mundial conseguido por um português,
Paulo Gaspar, que em 19 de Agosto de 1997, no mar dos Açores
levou a cabo uma fantástica captura de um atum de barbatana
azul, do atlântico, que pesava nada mais nada menos do que
296,6 kg (poderão ver imagens deste e de outros recordes
no site da International
underwater spearfishing association).
Trata-se portanto de
uma forma de caça, que visa peixes com um poder imenso,
e velocíssimos como os marlim, e o caso da cavala-da-índia,
ou wahoo, um autêntico torpedo vivo, cuja captura, que é
recorde mundial se situa em mais de 56 kg, e que chega a atingir
uns estonteantes 100 km hora.
Torna-se essencial,
dados os contornos desta actividade, ser possuidor de uma excelente
apneia, e grande robustez física e mental, uma vez que
as profundidades atingidas ultrapassam por vezes os 30 metros,
e os riscos, como o de ser atacado pelas próprias presas,
são bem reais.
No que toca ao material,
as armas utilizadas, poderão atingir os dois metros de
comprimento, e possuindo grande potência, sendo no entanto,
alvo frequente de modificações introduzidas pelos
seus utilizadores, com vista a adquirirem ainda maior potência
de disparo, assim, chegam a ser utilizadas sete bandas de elásticos
numa só destas armas.
Ligado ao arpão
está um cabo de material extensível, que na outra
extremidade possui geralmente uma ou duas bóias, as quais
após um tiro com sucesso, se destinam a cansar e a localizar
o peixe. Por motivos óbvios, é extremamente útil
a existência de um barqueiro de apoio.
As máscaras
utilizadas, dadas as profundidades praticadas, são geralmente
de baixo volume, para facilitar a sua compensação,
e as barbatanas, longas, próprias para o mergulho em apneia.
Neste tipo de caça,
há uma grande preocupação com a camuflagem,
assim o fato utilizado tende a ser o mais adequado possível
ao cenário envolvente, e todos os componentes metálicos
do equipamento não deverão emitir qualquer tipo
de brilho, uma vez que a visão dos peixes é extremamente
sensível a este tipo de estímulo.
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